Justiça revoga decisão de prisão domiciliar para mulher de Sérgio Cabral
Juiz havia concedido a mudança de regime prisional a Adriana Ancelmo, presa no dia 6 de dezembro de 2016, para que ela pudesse cuidar dos filhos
O desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), revogou a decisão do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que concedia regime de prisão domiciliar para Adriana Ancelmo, esposa do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Com isso, ela permanecerá presa no Complexo Penitenciário de Bangu, onde cumpre prisão provisória desde o dia 6 de dezembro do ano passado.
A liminar foi deferida nesta segunda-feira (20), em pedido apresentado pelo Ministério Público Federal, em mandado de segurança ajuizado no TRF2. A ordem vale até o julgamento do mérito do processo pelo colegiado, que ainda não tem data para ocorrer. A transferência da mulher de Cabral para prisão domiciliar havia sido determinada pela primeira instância da Justiça Federal do Rio de Janeiro na sexta-feira (17).
Em sua decisão, o desembargador ponderou que o juízo de primeiro grau já havia apreciado a questão anteriormente e que, desde então, não houve novos fatos para justificar a alteração da situação da custódia da acusada.
Abel Gomes ressaltou que a decisão beneficiando a ré criaria expectativas vãs para a própria acusada, que poderia vir a ser presa novamente, e para outras mulheres presas preventivamente, que não conseguem o mesmo direito.
Advogada, Adriana Ancelmo é suspeita de ter recebido dinheiro desviado de empresas de construção em seu escritório de advocacia. Ela e o ex-governador foram presos na Operação Calicute, desmembramento da Lava Jato, que investigou o desvio de recursos públicos federais em obras feitas pelo governo do estado do Rio de Janeiro.
Segundo as investigações, o ex-governador chefiava um esquema de corrupção que cobrou propina de construtoras, lavou dinheiro e fraudou licitações em grandes obras no estado realizadas com recursos federais.
Indiciamento
No último dia 2 de dezembro, o ex-governador do Rio de Janeiro, sua mulher e outras 15 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal por crimes de corrupção ativa e passiva, participação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Conforme as investigações, o ex-governador do Rio teria chefiado um esquema responsável por desvios de R$ 224 milhões dos cofres do Estado em contratos de grandes obras, entre elas a modernização do Estádio do Maracanã. As fraudes teriam ocorrido entre 2007 e 2014, nos dois mandados do peemedebista.
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No último dia 28 de novembro, o juiz Marcelo da Costa Bretas já havia bloqueado os bens da mulher de Cabral. O pedido foi apresentado pelo MPF com base nos indícios de que a advogada participou de ações criminosas.
Fonte: Último Segundo/Política/ Com informações da Agência Brasil
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