Vantagens do Parto na Água
É evidente para os profissionais que utilizam a água no trabalho de parto como método não medicamentoso para o alívio da dor como esta promove a sensação de bem estar e diminuição da dor às mulheres seja na banheira em imersão, seja no chuveiro. Diversas bibliografias colaboram em defesa do parto na água e não somente no que diz respeito à dor e sim em diversos outros aspectos, como aceleração da dilatação cervical, diminuição da pressão arterial e outros.
Citaremos algumas bibliografias:
No livro O Parto na Água: Um guia para pais e parteiros de Cornelia Enning cita: “… ele dispensa o uso de analgésicos e diminui os casos de intervenções cirúrgicas. Ele faz o parto mais suave e mais seguro” (p. 9) “… a água morna pode, por exemplo, reativar partos prolongados, diminuir as dores, ajudar a superar problemas de bacia estreita ou diminuir a pressão sanguínea alta durante o parto” (p. 12); “… sobretudo, a diminuição de estresse na criança” (p.15). “… o prolongado período dilatação causado por uma bacia estreita ou por um bebê grande é consideravelmente reduzido pela água morna” (p.27). Na fase de dilatação a água diminui a dor e relaxa, pois o tecido da musculatura do canal de parto torna-se mais elástico. O ciclo vicioso medo-tensão-dor nem é iniciado. A mulher libera analgésicos cerebrais (endorfinas) que inibe as catecolaminas, substâncias de estresse, como a adrenalina. O parto também acontece mais rápido e pelo fato da elasticidade dos tecidos na água, estes oferecem pouca resistência e na maioria das vezes a força do impulso da musculatura uterina é suficiente para liberar o bebê. A prensa abdominal ativa pode causar ruptura perineal e deve ser evitada. O bebê ao nascimento rodará através do canal de parto, seus ombros e corpo deslizam normalmente e quando trazido para a superfície respirará pela primeira vez. Após o nascimento deve-se sair da água para que a placenta se desprenda fora da água evitando a entrada de água na corrente sanguínea materna.
Michel Odent, médico francês que popularizou o parto na água na década de 60, inicialmente utilizou a água como uma forma alternativa de controle da dor durante o trabalho de parto. Desde 1977 realiza partos aquáticos em uma famosa “sala selvagem”, projetada com conforto, mas sem macas nem lâmpadas com uma piscina inflável cuja água era mantida a 37º C – temperatura intra-uterina.
Para Odent, o parto na água para a mãe é recomendável, pois a água é relaxante e ameniza suas contrações dilatando melhor o colo do útero, permitindo que ela se mova segundo sua comodidade e sua intuição mais profunda.
A imersão em água à temperatura do corpo ajuda a reduzir o nível de adrenalina da mulher e estimula a libertação de ocitocina, o hormonio-chave do parto.
Para o bebê o parto na água promove é uma mudança do estado de sua consciência, acelerando a zona primitiva do cérebro que controla as secreções hormonais e sua passagem do líquido amniótico para a água o faz sentir-se seguro e satisfeito. Um recém-nascido é como um golfinho: quando submerso não respira e, para fazê-lo, emerge. A respiração origina-se pela exposição do ar e pela repentina mudança de temperatura.
Qualquer que seja o método utilizado, é importante que, após o nascimento o bebê não perca o contato com sua mãe. Foi constatado que as crianças que nascem por debaixo d’água são mais tranqüilas, já que a mudança de meio não se dá de forma tão brusca como nos outros métodos.
Michel (2004) em seu livro Água e Sexualidade descreve as relações do ser humano com a água ao longo da história, seu aparecimento nas diversas culturas, ressaltando sua importância no trabalho de parto como elemento calmante, propiciador de um retorno a um estado primitivo, essencial à parturiente. Mostra como a água é um elemento terapêutico e propiciador das manifestações fisiológicas naturais.
Nascido no Mar – O nascimento como uma iniciação espiritual é o livro de Chris Griscom (1993) no qual descreve seu parto no mar e consegue deixar transparecer toda a beleza e espiritualidade que viveu e transcendeu o momento da chegada de seu filho. Vale a pena ser lido e visto.
Fonte: www.partodomiciliar.com
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