Mexicanos em quarentena na China são resgatados
Um dia após o México condenar na ONU discriminação contra seus cidadãos , um avião da AeroMéxico chegou nesta terça-feira a Xangai para repatriar dezenas de mexicanos que se tornaram um exemplo de até onde os governos estão dispostos a ir para evitar a entrada do vírus H1N1 em suas fronteiras. Nenhum dos 43 mexicanos que Pequim submeteu a quarentena apresentou sintomas da nova doença, o que levou o México a acusar a China de discriminação. O incidente diplomático, porém, deve ter alcance limitado, já que a China vem buscando uma maior aproximação comercial e política com a América Latina. (Acompanhe a evolução da gripe suína no mundo) .
No caminho para o aeroporto de Xangai, batedores da polícia fecharam as ruas para a passagem de 28 ambulâncias levando mexicanos, inclusive um casal em lua-de-mel. Funcionários encarregados da quarentena acompanharam a operação com macacões especiais brancos ou azuis.
Nesta terça-feira, a OMS informou que o número de casos confirmados da gripe suína (H1N1) ultrapassou mil em todo o mundo . Na segunda-feira, o subsecretário de Assuntos Multilaterais e Direitos Humanos do México, Juan Gómez Robledo, recriminou em um discurso na sede da ONU a reação de alguns países.
– Não podemos viver num mundo de percepções que estão dando lugar a manifestações xenófobas, que afetam, inclusive, as relações entre os Estados – disse Robledo.
– Alguns Estados estão restringindo ou estudando restringir o fluxo de bens e pessoas vindas do México, apesar de não existir nenhuma justificação científica para isso.
Outros países afetados pela gripe também tiveram cidadãos submetidos à quarentena na China. A embaixada dos EUA em Pequim informou que pelo menos quatro americanos chegaram a ser isolados, mas que “a maioria deles já foi liberada”. Um porta-voz disse que Washington não apresentou nenhum protesto a respeito.
Ma Zhaoxu, porta-voz da chancelaria, disse em entrevista coletiva que 25 estudantes canadenses também estão de quarentena no nordeste da China, mesmo sem terem apresentado sintomas.
Um funcionário da embaixada canadense disse ter conhecimento de 22 estudantes retidos em um hotel de Changchun.
– Pedimos esclarecimentos sobre o propósito da quarentena – disse essa fonte, pedindo anonimato.
A imprensa canadense disse que o grupo, da Universidade de Montreal, chegou à China na semana passada para um curso de línguas.
Em represália à medida chinesa, o presidente Felipe Calderón fretou um avião para retirar do país asiático os seus cidadãos mantidos em isolamento. Alguns ficaram em hotéis; um casal e seus três filhos chegaram a ser levados para uma área isolada de um hospital.
Um turista mexicano de 25 anos – único caso de gripe suína confirmado até o momento em Hong Kong – não foi autorizado a viajar no Boeing 777 fretado pelo México.
– O paciente não deixará Hong Kong – assegurou um porta-voz do departamento de Saúde e Alimentação local, ao acrescentar que o turista deve ficar por pelo menos sete dias em quarentena.
A condição aceita por Pequim é que os mexicanos que desejam permanecer na China por turismo, negócios ou estudo devem completar a quarentena imposta pelas autoridades locais.
O avião viajará recolhendo os mexicanos que permanecem isolados desde o dia 30 de abril por temor ao contágio da gripe suína.
O governo chinês retrucou e anunciou que também mandaria “resgatar” cerca de 200 chineses no México
– Acho que é injusto, porque estamos sendo honestos e transparentes com o mundo, e alguns países e regiões estão tomando medidas repressivas e discriminatórias devido a ignorância e desinformação – disse Felipe Calderón
O México também protestou contra os países que estão cancelando voos originados no país. Argentina, Equador e Peru são alguns dos que já não permitem que aviões vindos do México pousem em seus territórios. Cuba proibiu idas para lá.
Fonte: o globo
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