Os interessados nas entradas para os shows do Coldplay, cujos preços variam de R$ 160 a R$ 500, podem começar a comprar a partir do sábado (7). As apresentações acontecerão no dia 28 de fevereiro na Praça da Apoteose, no Rio, e em 2 de março no Estádio do Morumbi, em São Paulo.

Vale tudo isso? Para uma banda que prega o comércio justo entre os países pobres e os ricos, parece um pouco demais. Até porque desta vez eles vão se apresentar em espaços enormes, para dezenas de milhares de pessoas.

Eu vi o Coldplay da primeira vez que eles vieram ao Brasil, em 2003. Em São Paulo, tocaram no Via Funchal, que abriga umas 7 mil pessoas. Estava lotado. O show começou rigorosamente no horário marcado. Cheguei dois minutos depois e já tinha iniciado. Os membros da banda se surpreenderam com a receptividade dos brasileiros, que entoavam cada letra e cada respiro de Chris Martin. Ele dava risinhos, mal acreditando no que via e ouvia. Na época, o Coldplay ainda não era essa banda meio messiânica, que deseja muito seguir os passos do U2. Eram uns rapazes que cantavam umas músicas tristes. E o show foi impecável, perfeito tecnicamente e musicalmente e bem caloroso.

Depois, eles voltaram ao Via Funchal em 2007, em show para poucos, já que a pista foi ocupada por cadeiras. Não fui, não, mas a impressão é que os caras estavam crentes que estavam fazendo um concerto, não um show.

Em 2010, eles voltam para dois megashows, sinal do tamanho que ganharam ao longo desses anos. Mas eu acho que eles ficaram mais chatos. Chris Martin agora tem aquela postura típica dos rock stars, uma coisa meio metida, meio superior, sempre sem razão de ser. Não tenho certeza, não, mas acho que esse megashow deve ser competente. Caloroso, não sei, não.

fonte: marie claire